Mulher devolve item arqueológico grego que ganhou de presente há 60 anos

Mulher devolve item arqueológico grego que ganhou de presente há 60 anos
Fragmento de capitel jônico ficou fora da Grécia por seis décadas — Foto: Ministério da Cultura e Desportos da Grécia

Uma mulher alemã devolveu à Grécia, no início de outubro, um fragmento de um antigo capitel de coluna jônica que manteve em sua posse por cerca de seis décadas. Originalmente, o item fazia parte de uma das colunas do Leonidaion, um edifício localizado na extremidade sudoeste do sítio arqueológico da Antiga Olímpia, onde os Jogos Olímpicos eram realizados na Antiguidade.

Trata-se de um pequeno bloco de calcário, com vestígios de gesso, com aproximadamente 24 cm de altura por 33,5 cm de largura. Segundo o jornal Ekathimerini, a mulher o levou do país ainda na década de 1960, após recebê-lo como presente.

Construído por volta do século 4 a.C., o Leonidaion possuía quatro colunatas jônicas com 138 colunas decoradas. Hoje, apenas uma pequena parte delas permanece intacta e bem preservada na arena.

Cooperação internacional

O Ministério da Cultura da Grécia informou que a devolução ocorreu após a mulher procurar a Universidade de Münster, na Alemanha, para entregar voluntariamente o artefato. Inspirada por outras restituições recentes conduzidas pela instituição, ela decidiu devolver o objeto para que fosse repatriado.

A ação foi descrita como um ato de “sensibilidade e coragem”. O órgão também ressaltou a parceria com a Universidade de Münster, que já havia repatriado peças arqueológicas à Grécia em 2019 e 2024.

Torben Schreiber, curador do Museu Arqueológico da Universidade de Münster, representou a instituição alemã na cerimônia de repatriação em Olímpia, onde passará a integrar o acervo do Museu Arqueológico de Olímpia. Em fala, ele reafirmou o compromisso com a ética na pesquisa arqueológica.

“Nunca é tarde demais para fazer a coisa certa, moral e justa”, apontou o pesquisador. “É dever das instituições de devolver objetos obtidos de forma irregular”.

(Por Arthur Almeida)

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