Ave carnívora de 3 metros vivia na Colômbia há 12 milhões de anos

Ave carnívora de 3 metros vivia na Colômbia há 12 milhões de anos
Ossos de nova 'ave do terror' encontrada na Colômbia. Ela pode ser a maior já encontrada nas Américas até hoje — Foto: Degrange et al.

Um osso encontrado no deserto de Tatacoa, na Colômbia, pode corresponder à maior ave carnívora de sua espécie identificada até o momento. Publicado na revista Palaeontologyo estudo analisou um fóssil datado do Mioceno, há 12 milhões de anos, da família dos forusracídeos, conhecidos como “aves do terror”.

Os pesquisadores acreditam que essa seja a evidência mais ao norte do continente já encontrada da ave na América do Sul. Ela é 5% a 20% maior do que os forusracídeos conhecidos, que mostraram que a espécie extinta variava em tamanho de 1 a 3 metros de altura. A partir de um osso da perna equivalente à canela humana, pesquisadores sugerem que a ave teria até 9 metros de comprimento.

Nova ave encontrada na Colômbia era da família dos forusracídeos, que inclui animais conhecidos como "aves do terror" — Foto: Degrange et al.
Nova ave encontrada na Colômbia era da família dos forusracídeos, que inclui animais conhecidos como “aves do terror” — Foto: Degrange et al.

“É possível que haja fósseis em coleções existentes que ainda não tenham sido reconhecidos como aves do terror porque os ossos são menos diagnósticos do que o osso da perna que encontramos”, disse em comunicado Siobhán Cooke, professora de anatomia funcional e evolução da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

O osso foi encontrado há quase 20 anos, mas só foi reconhecido como pertencente a uma ave do terror em 2023. Além de cavidades profundas características das pernas dos Phorusrhacids, a amostra ainda tem marcas de dentes prováveis de um jacaré extinto. “Suspeitamos que a ave do terror teria morrido em decorrência de seus ferimentos, dado o tamanho dos crocodilianos há 12 milhões de anos”, disse Cooke. “As aves do terror viviam no chão, tinham membros adaptados para correr e, em sua maioria, comiam outros animais.”

Ilustração de ave da espécie 'Paraphysornis brasiliensis', "ave do terror" que habitou o Brasil durante a época do Mioceno — Foto: Nobu Tamura/Wikipedia Commons
Ilustração de ave da espécie ‘Paraphysornis brasiliensis’, “ave do terror” que habitou o Brasil durante a época do Mioceno — Foto: Nobu Tamura/Wikipedia Commons

A maioria dos fósseis de aves do terror foi encontrada no sul do continente, incluindo Argentina e Uruguai. A descoberta na Colômbia indica que o animal era importante para a vida selvagem predatória na região, apesar de sua presença incomum por ali. Atualmente, acredita-se que a siriema, ave de pernas longas nativa da América do Sul com até 3 metros de altura, seja parente moderno do Phorusrhacid.

Reconstrução da "ave do terror" Andalgalornis — Foto: John Conway/Wikimedia Commons
Reconstrução da “ave do terror” Andalgalornis — Foto: John Conway/Wikimedia Commons

(Redação Galileu)

Astrogildo Aécio Nunes

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