Natal é tempo de aprender sobre o passado
NEILA BARRETO
Apreciando as revistas da Academia Mato-grossense de Letras – AML testemunhamos então que D. Aquino Corrêa, então, presidente à época, do Estado de Mato Grosso, foi o fundador do nosso Instituto Histórico, em 1919, hoje Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT, assim como a Academia Mato-grossense de Letras nasceu da iniciativa de José de Mesquita, em 1921.
Sem o amparo de D. Aquino Corrêa e de José de Mesquita, ambas instituições teriam fracassado, como fracassam o Grêmio Literário Visconde de Taunay e a Internacional de Estudos Literários.
O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, o IHGMT teve solene instalação, no dia 08 de abril de 1919, no Palácio da Instrução, hoje Biblioteca Estevão de Mendonça, no Centro Histórico de Cuiabá, na atual Praça da República, na capital e, o Centro de Letras, com denominação primitiva de Academia, a 7 de setembro de 1921, no mesmo local.
Com a criação das instituições, donativos de várias fontes, o acervo das duas instituições iniciou-se a ser constituído e, àquela época, ficava resguardado em uma das salas da Diretoria da Instrução, localização à Praça Ipiranga. Com as atividades em crescimento, em 14 de janeiro de 1926, o presidente do Estado de Mato Grosso, Dr. Estevão Alves Corrêa, deferiu um apelo coletivo, decretando a desapropriação do prédio n° 46, à rua Barão de Melgaço, para a sede definitiva do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – atual IHGMT, no centro de Cuiabá.
Oito dias após assumiu o governo do Estado o Dr. Mário Corrêa da Costa, presidente eleito. Foi necessária a presença da proprietária da Casa Barão, Catarina Leverger Corrêa, neta do Barão de Leverger, para haver o seu pagamento, deduzidos os impostos em atraso.
Seguindo a história e fugindo à finalidade da desapropriação, “manter o mesmo espirito de intelectualidade quando ali viveu e faleceu o Barão de Melgaço”, o presidente Mário Corrêa fez descer a picareta sobre as paredes, numa apressada adaptação com destino às duas secretarias do seu governo, no prédio da diretoria de instrução., ordenando o despejo das duas instituições, quando então, o acervo foi recebido pelo Seminário Arquiepiscopal, onde D. Aquino deu abrigo.
A Casa Barão de Melgaço saiu de cena. Em 1930, com o aceite da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Dr. Annibal de Toledo, indicou o prédio da Água e da Luz para a sede do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, o que não foi aceito por José de Mesquita, Vergílio Corrêa Filho e D. Aquino.
No entanto, no dia 23 de novembro de 1930, ano de comemoração da chegada do Barão de Leverger em terras cuiabanas, o coronel Antonino Mena Gonçalves, interventor federal, assinou o Decreto nº 1, referendado por Virgílio Alves Corrêa Filho, seu secretário geral, fazendo solene a entrega da “Casa Barão de Melgaço” às duas instituições.
Para que todos conheçam, aqui registramos. Feliz Natal! Próspero Ano Novo! Vida longa ao Hipernoticias!
(*) NEILA BARRETO é jornalista, historiadora e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
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