Justiça concede domiciliar à esposa de Sandro Louco, ‘primeira-dama’ do Comando Vermelho

Justiça concede domiciliar à esposa de Sandro Louco, ‘primeira-dama’ do Comando Vermelho
Foto: Reprodução

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu prisão domiciliar à Thaisa Rabelo, esposa do líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, o “Sandro Louco”. Defesa de Thaisa, que já havia ingressado com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça contra acórdão do Tribunal de Justiça (TJMT) que a manteve presa por lavagem de dinheiro e organização criminosa, sustentou o fato de ela ser mãe de uma criança de 11 anos que necessita de seus cuidados.

Thaisa foi presa no dia 23 de março, no âmbito da Operação Ativo Oculto. As investigações realizadas pela equipe policial desvelaram que ela, que é cadastrada como visitante de Sandro Rabelo nas penitenciárias de segurança máxima em que ele passou, é responsável pela “atuação social” da organização criminosa, com a entrega de cestas básicas a comunidades locais e familiares de presos faccionados.

A apuração ainda descortinou seu crescimento patrimonial que, sem qualquer renda lícita verificada, consta como sendo proprietária de pessoa jurídica que nunca emitiu notas fiscais (possivelmente utilizada na lavagem de capitais).

Além disso, foi demonstrado que até pouco tempo ela morava em condomínio de luxo, o Brasil Beach Home Resort Cuiabá, tendo mudado para casa de alto padrão no Condomínio Florais da Mata, em Várzea Grande, onde foi presa.

Ainda conforme o deslinde da Operação, Thaisa é a provável proprietária de imóvel rural (chácara) na estrada que dá acesso ao Distrito de Baús e de veículos de alto valor, como uma caminhonete Toyota Hillux, cor vermelha, avaliada em R$ 300 mil.

Nesse sentido, Thaisa foi identificada como integrante da organização criminosa, respondendo atualmente a ação penal e a dois inquéritos policiais, por supostamente contribuir para assegurar o proveito econômico dos crimes perpetrados pelas diversas ramificações do Comando Vermelho, mediante reiterada atividade de lavagem de capitais no interesse da facção e sob o comando de seu marido.

Ela já havia tentado ir par a prisão domiciliar, tendo ingressado com habeas corpus tanto na
segunda instância do Tribunal de Justiça (TJMT), quanto no Superior Tribunal de Justiça
(STJ). No entanto, em ambas as instâncias ela teve o pedido negado.

Nesta quarta-feira (9), então, o magistrado da Sétima Vara revisou sua detenção e atendeu o pleito defensivo, cuja sustentação foi de que ela necessitaria ir para sua residência para prestar cuidados ao filho. Jean se convenceu que ela atende o previsto na Lei n. 13.257/2016 e faz jus ao cumprimento especial da prisão em sua residência.

Ele, no entanto, determinou medidas cautelares. Com isso, Thaisa será monitorada por tornozeleira eletrônica, ficou proibida de manter contato com os outros envolvidos no CV e deverá comunicar as vezes que precisará sair da casa para tratamento médico do filho.

(Olhar Direto)

Astrogildo Aécio Nunes

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