Estado demite soldado por integrar quadrilha de ladrões de bancos
O Governo do Estado, em uma portaria publicada no Diário Oficial que circulou na última sexta-feira (23), demitiu o agora ex-soldado da Polícia Militar, Emanuel da Silva Souza. Ele era integrante de uma organização criminosa especializada em roubo a bancos investigada na Operação Luxus, deflagrada Polícia Judiciária Civil (PJC) em 2017 e perdeu o cargo após esponder um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Corporação. No dia 4 de maio de 2017, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil (PJC), deflagrou a operação “Luxus”, com o objetivo de desarticular uma quadrilha responsável pelo assalto a pelo menos 10 agências bancárias de Mato Grosso. Ao todo, 26 mandados de prisão, e outros 14 de busca e apreensão, foram expedidos com o objetivo de prender 17 pessoas responsáveis pelo roubo de pelo menos R$ 5 milhões e que ostentavam nas redes sociais bens de luxo adquiridos com o dinheiro. O agora ex-policial militar, que era lotado na Sexta Companhia Independente da Polícia Militar, em Poconé, tinha salário bruto mensal de R$ 8.058,74 e
estava na corporação desde 2011. Ele era integrante do ‘terceiro escalão’ da organização criminosa, que era liderada por Marcos Vinicius Fraga Soares, conhecido como Pato, além de Gilberto Silva Brasil, o “Show Man”.
Para entrar nos bancos, da capital e do interior, os bandidos faziam o levantamento de pontos vulneráveis da agência, escolhiam dias e horários com pouco movimento de pessoas nas ruas, como os finais de semana e feriados. Eles promoviam a quebra da parede e o desligamento do alarme com uso de bloqueadores de sinal, ainda desligavam câmeras e assim trabalhavam tranquilamente na abertura de caixas eletrônicos e dos cofres instalados dentro das agências, de onde retiravam grandes somas de valores.
A organização criminosa ganhou notoriedade pelo fato de seus integrantes terem como hábito postarem fotos em redes sociais com carros de luxos e em viagens luxuosas para regiões itorâneas, tendo como destino ‘favorito’ as praias do Rio de Janeiro (RJ). Lá, os assaltantes ostentavam passeios de helicópteros por pontos turísticos da cidade, como o Cristo Redentor, além de também terem assistido o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, evento que tem ingressos que podem chegar a R$ 4,5 mil.
A decisão de demitir o agora ex-soldado se deu após o trâmite em julgado da Ação Penal a que o militar respondia na Vara Única de Poconé, que determinou a perda de cargo ou função pública do suspeito. A portaria, publicada na última sexta-feira, foi assinada pelo comandante geral da Polícia Militar, Alexandre Corrêa Mendes.
“O comandante geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, no uso das atribuições; considerando a decisão exarada na ação penal do juízo da Vara Única da comarca de Poconé, transitada em julgado em 16 de agosto de 2021, qual decretou a perda do cargo/função pública de policial militar do SD PM Emanuel da Silva Souza, resolve demitir das fileiras da polícia militar do estado de mato grosso o policial: SD PM Emanuel da Silva Souza, a contar do dia 21/06/2023, cumprindo a determinação judicial exarada nos autos acima citado”, diz a portaria.
Fonte: Folha Max