Agropecuária é o segundo setor que mais emprega em Mato Grosso

Agropecuária é o segundo setor que mais emprega em Mato Grosso
Agronegócio – Foto: Secom/MT

De janeiro a outubro de 2023, a agropecuária foi o 2º setor que mais gerou empregos em Mato Grosso. Do saldo de 57.497 novos empregos, 10.811 novos postos de trabalho foram contratações do agro, o que corresponde a 18,8% do total dos novos empregos. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O setor de serviços foi o principal empregador nesses primeiros dez meses em Mato Grosso, com 21.834 postos. No ano passado, o agro foi o terceiro maior contratante ao abrir pouco mais de oito mil novos empregos e neste ano, em apenas 10 meses as contratações na agropecuária já superaram todo o ano de 2022.

O setor do agro é um dos mais promissores para a entrada dos jovens, mas o trabalho no campo ainda é permeado pela falta de informação e muitas dúvidas. Para fazer essa ponte dos jovens com as vagas no setor que sustenta a economia de Mato Grosso, o Instituto Farmun tem promovido eventos como o FarmDay, com objetivo de aproximar o jovem do campo e mostrar as várias oportunidades de desenvolvimento de carreiras e renda.

“Esta é uma das ações sociais que a gente exerce. Mas o FarmDay em si, ele não é somente com estudantes, nós recebemos representantes de outros países, nós recebemos entidades daqui como a Famato, o Senai, que são grandes parceiros nossos. Neste ano, nós realizamos 19 FarmDays, com participação de estudantes e entidades governamentais e não governamentais. Para o ano de 2024, vamos realizar cerca de 30 Farmdays, impactando diretamente a vida de 1.200 jovens”, explica o diretor-executivo do Instituto Farmun, Michel Muniz.

Muniz explica ainda, que existem várias oportunidades de emprego no campo, principalmente para jovens do ensino médio. Além disso, as chances de crescimento na carreira são muito maiores. Existem profissionais que começaram como aprendizes ou estagiários e se tornaram empresários de sucesso na agricultura ou possuem cerca de 20 a 30 anos de empresa.

“As possibilidades de empregos dos jovens no agro hoje são diversas. Há uma estrutura muito grande de tecnologia da informação, direito, contabilidade, administração e as demais carreiras que todos já conhecem, como agronomia e medicina veterinária. Contudo, o Instituto Farmun agrega com uma informação que hoje não é muito conhecida: quem está no ensino médio pode iniciar a carreira com um curso de técnico-agrícola, um curso de operador de drone, um curso de agricultura digital, que não requerem diplomas universitários, mas já qualificam para uma oportunidade de emprego dentro da agricultura, de uma forma mais direta. Assim, depois de ingressar na empresa ou na fazenda, a própria contratante pode ajudar o funcionário subsidiando cursos para que se qualifique ainda mais e melhore a carreira”, pontuou.

O verdadeiro cenário do agro

Aluno da Escola Estadual André Antônio Maggi, em Sapezal-MT, o estudante Landeir Guilherme teve contato pela primeira vez com uma fazenda ao participar do FarmDay, em novembro do ano passado, na Fazenda Tucunaré da Amaggi.

“Aprendi que o agro vai muito mais além da mão de obra no campo e que o uso da tecnologia vem se aprimorando com o passar do tempo. E o espaço que a fazenda tem é muito grande, com mão de obra aplicada desde o campo até o administrativo, o mercado de trabalho no agro é muito amplo”, disse o jovem.

Esse deslumbramento e aprendizagem é um divisor de águas na vida dos estudantes e na forma de encarar o agronegócio, segundo o diretor-executivo do Instituto Farmun, Michel Muniz. Muitos chegam ao Farmday perguntando quantos quilômetros vão andar no mato, se podem levar um chapéu para andar no sol, se tem que levar comida, demonstrando o desconhecimento total sobre o trabalho no campo hoje.

“Quando o jovem se depara com o campo com sinal 4G, wi-fi, ar-condicionado dentro do escritório e dentro das máquinas agrícolas, eles ficam espantados. Um lugar onde eles mais se identificam é o Centro de Operação Agrícola, o COA, onde está todo o centro nervoso da lavoura. Lá é onde recebem as informações sobre pragas, as máquinas transmitindo dados em tempo real sobre o quanto está sendo colhido na lavoura ou como está sendo feito o plantio. A tecnologia evolui muito rápido dentro da agricultura e isso espanta os jovens, ao mesmo tempo que os atrai”, explica.

Conforme Michel, ainda há a mística de que o trabalho no campo é um tratorzinho sem capota, com um trabalhador de camisa xadrez e macacão arando a terra. Por isso, as ações do Instituto Farmun são essenciais para mostrar o que é o agronegócio e a necessidade de profissionais qualificados para utilizar toda essa tecnologia que as máquinas e produtos agrícolas carregam.

“Sempre perguntam para nós no final: o que eu preciso fazer para eu trabalhar aqui? O nosso trabalho do Instituto Farmun é ligar esse aluno que tem vontade de trabalhar, que ficou encantado, com as entidades de ensino que hoje são parceiras do Instituto Farmun, como o Senar e o Senai, que capacitam as pessoas no dia a dia para que possam atuar com mais qualidade dentro da agricultura”, destacou.

Além de impactar os jovens, o FarmDay também atinge a família e a escola, com a mudança na forma de enxergar o agro e entender as oportunidades de trabalho no campo.

(AgoraMT)

Astrogildo Aécio Nunes

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