Vice-líder do Governo, Emanuelzinho destaca busca pelo desenvolvimento econômico e social de MT
O deputado Emanuel Pinheiro Neto (MDB), o Emanuelzinho, está em seu segundo mandato como deputado federal por Mato Grosso. Nascido em 5 de janeiro de 1995 em Cuiabá, ele é filho primogênito do casal Emanuel e Márcia Pinheiro. Emanuelzinho iniciou sua carreira política como líder jovem de grupos políticos em Mato Grosso. Aos 23 anos, em 2018, foi eleito deputado federal, tornando-se um dos parlamentares mais jovens do país.
Atualmente, Emanuelzinho se destaca como vice-líder do governo na Câmara dos Deputados e é membro da CPMI dos Atos de 8 de Janeiro e da Comissão Mista da Medida Provisória do Programa Mais Médicos. Ele também participa das comissões de Agricultura e de Finanças e Tributação, sendo responsável por projetos econômicos e fiscais.
Em entrevista exclusiva ao VG Notícias , Emanuelzinho revelou que sua indicação para o cargo ocorreu por iniciativa do próprio Governo, que buscava um parlamentar jovem para expressar suas ideias e auxiliar na articulação.
Entre os projetos de sua autoria que foram aprovados, ele se orgulha do que inclui a semana de conscientização contra a violência doméstica na grade curricular de todo o Brasil. O deputado diz que reconhece o peso da tradição familiar na sua trajetória política, mas busca construir sua própria história com seus princípios.
Apesar de sua tradição familiar na política, Emanuelzinho busca construir sua própria história com seus princípios. Ele critica a falta de um projeto de longo prazo do MDB, partido ao qual pertence, e ressalta a importância de estabelecer metas para o Estado de Mato Grosso. Quanto ao futuro político, Emanuelzinho não descarta a possibilidade de disputar eleições em 2024, mas sua prioridade atual é seu mandato como deputado federal. Ele acredita que a cidade de Cuiabá precisa de lideranças que possam discutir em alto nível e com humildade. Seu objetivo é ser reconhecido como um parlamentar que contribuiu para o crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil e para a melhoria de Mato Grosso. Confira a entrevista!
Emanuelzinho é vice-líder do governo, como aconteceu essa articulação para que você fosse indicado?
Emanuel Pinheiro Neto – A articulação para vice-liderança na verdade partiu do próprio Governo. Eu tenho certeza que a candidatura da primeira-dama Márcia Pinheiro abriu espaço para que chamasse atenção para o meu perfil. Ele estava procurando um parlamentar jovem que pudesse ajudar a expressar as ideias do governo e pudesse ajudar na articulação, coisa que eu já estava articulando junto ao MDB e que iria ser vice-líder do partido. Mas, o presidente Lula nos chamou para um no início de fevereiro mostrando as pretensões que o governo tinha, as pretensões para Mato Grosso e para o Centro-Oeste, então eu topei e estou muito honrado em poder servir ao Brasil como vice-líder do Governo. Eu tenho sempre dito, mesmo que fosse qualquer outro parlamentar de Mato Grosso que fosse vice-líder eu celebraria porque isso naturalmente abre porta para que Mato Grosso, durante quatro anos possa receber investimentos e ter uma atenção maior por parte do Presidente da República.
Em quais comissões você participa na Câmara, e quais projetos estão sob sua responsabilidade nessas comissões?
Emanuelzinho – Eu estou na comissão de Agricultura e na comissão de Finanças e Tributação. Sou responsável pelos projetos do governo na comissão de finanças em que a gente está fazendo um diálogo muito forte junto ao Ministério da Fazenda com o ministro Haddad, junto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que a gente possa atingir as políticas econômicas, principalmente por meio da política fiscal e monetária, que possam dar segurança ao Banco Central para que ele possa reduzir juros e dessa forma, garantir acesso ao crédito tanto para empresários, quanto para pessoa física com a finalidade de consumo e dessa forma a gente possa reaquecer a economia, poder gerar empregos e assim o Brasil possa crescer economicamente e dessa forma, por meio da alta da arrecadação conseguir fazer investimentos públicos que garantam a qualidade de vida do povo brasileiro.
Como vice-líder, na maioria das vezes, tem que votar sob a orientação do Governo, já houve situação em que votou contra o que defende ou acredita?
Emanuelzinho – Não, todas as pautas que até agora foram colocadas em discussão no Congresso Nacional como nessa semana o marco temporal a MP dos ministérios e o novo regime fiscal, todas eu tinha convicção, ajudei na construção do texto e tenho certeza que são medidas importantes para o Brasil. Ao contrário do que muitos pregam a relação política do governo Lula é muito democrática e às vezes por ser tão democrático tem tido problemas neste início, coisa que vamos ajustar, mas sendo democrático tem espaço para que todos possam contribuir, dar sua opinião, colocar a sua forma de enxergar, para que a gente possa chegar em acordo em consenso e possamos votar de acordo com aquilo que a gente acredita.
Qual projeto de lei o deputado Emanuelzinho mais se orgulha de ter apresentado?
Emanuelzinho – Tive a oportunidade de de aprovar dois projetos e o que mais me orgulho foi o que inclui no na grade curricular de todo o Brasil, a semana de conscientização contra a violência doméstica em todas as escolas do Brasil. isso começou com um projeto piloto em Cuiabá e aos poucos expandindo para que a gente possa não somente reprimir, mas também prevenir, conscientizar promover uma mudança cultural na relação entre homem e mulher que tem sido marcada muitas vezes por violência tanto física quanto moral, patrimonial e sexual entre tantas outras violências de tantas outras naturezas que existem.
Como você encara o fato de vim de uma família com tradição política no Estado?
Emanuelzinho – O fato de eu vir de uma família política me orgulha muito, eu vejo muitas pessoas que, de certa forma, criticam isso, mas você tem médicos que são filhos de pais médicos, netos avós médicos, outros que são enfermeiros porque são filhos de enfermeiras, em diversas outras profissões isso acontece, mas a política tem um diferencial, ela não é uma profissão é um sacerdócio que a gente exerce por vocação e naturalmente esse instinto, essa natureza está dentro de mim e foi aos poucos desabrochando.
Você sente o peso dessa tradição na sua trajetória política?
Emanuelzinho – Naturalmente tudo que a gente faz seguindo os passo dos familiares, a gente tem o bônus e ônus de erros e acertos foram cometidos no passado, mas o saldo para mim é muito mais positivo, é muito positivo, andando pelo estado de Mato Grosso eu posso sentir o carinho que as pessoas tinham pelo meu avô Emanuel Pinheiro, o carinho que as pessoas tem pelo prefeito Emanuel Pinheiro, no trabalho que ele fez como deputado estadual por quatro mandatos pelo estado de Mato Grosso. Mas como eu sempre disse trago os bons exemplos, mas construo a minha própria história com as minhas próprias convicções e com com os princípios que me norteiam que são especialmente buscar o desenvolvimento econômico em que a gente possa reduzir as desigualdades sociais, possa garantir oportunidades a todas as pessoas e reduzir as desigualdades históricas que estão na raiz de um Brasil que teve uma origem colonial.
Se não me engano o MDB é o seu segundo partido, aqui no Estado é um partido com muitas divergências entre seus líderes, como você vê o MDB neste momento?
Emanuelzinho – A verdade é que o MDB nos últimos tempos tem se comportado como um partido de aluguel, um partido que só tem tido importante discussão no período eleitoral para composição eleitorais. Eu acho que o MDB pela história que tem com Ulysses Guimarães, com Franco Montoro e vários outros quadros que participaram da política do MDB, especialmente em nível nacional, nós temos que ter projeto de curto, médio e longo prazo. Curto no sentido eleitoral e médio no sentido ideológico mesmo. Onde o MDB quer que Mato Grosso chegue? Quais são as metas econômicas, sociais, educacionais de seguridade social que o MDB quer para Mato Grosso? O que o MDB quer para o Brasil? Senão a gente vai ficar só correndo cada um atrás do seu próprio umbigo, atrás dos seus próprios interesses. Isso não me motiva de forma alguma a continuar na política. Política sem ideal pra mim é a mesma coisa que estar morto.
E o MDB aqui do Estado?
Emanuelzinho – Precisa traçar metas, como eu disse, de médio longo prazo, que seja de interesses do MDB de Mato Grosso e não no interesse somente dos seus atores políticos que é o que vem ocorrendo nos últimos tempos.
Você tem interesse em traçar essas metas para o partido aqui no Estado disputando o diretório estadual?
Emanuelzinho – Não, em relação à disputa eleitoral (do MDB), tenho muito interesse na candidatura do deputado Juarez, se for do interesse dele, é claro, porque é um homem que já foi duas vezes prefeito de Sinop, que é uma das cidades mais pujantes do Estado de Mato Grosso, já foi deputado estadual, vereador, deputado federal do segundo mandato, é um líder dentro do MDB e, eu creio, que faria um grande mandato em termos democráticos, de saber ouvir e acolher a opinião de todos, saber respeitar as diferenças e saber liderar o partido mesmo diante das diferenças.
A bancada de MT é a que menos vota com o Governo, como tem sido a convivência com essa bancada, há espaço para diálogo?
Emanuelzinho – Eu, por natureza, sou um homem que sempre fui de diálogo, democrático, por isso que poderia algumas vezes até ser diplomata, quando eu fazia cursinhos preparatórios para o vestibular. Então a minha relação com todos os deputados, as deputadas federais e senadores tanto da bancada de Mato Grosso quanto de outras bancadas é extremamente positivo, extremamente respeitosa, extremamente altiva porque eu respeito as diferenças, tenho as minhas convicções, brigo por elas porque sei que representam a parcela do povo mato-grossense que hoje tem minoria na sua representatividade, mas o convívio é muito tranquilo e cada um luta pelo seu espaço, cada um luta por aquilo que acredita sem deixar de lado nos momentos de embate os ideais que nós colocamos na campanha eleitoral. Então por isso as vezes podem surgir atritos, mas nada que não seja rapidamente superado.
Você disputou uma eleição para o executivo, qual o perfil de Emanuelzinho, mais Legislativo ou mais Executivo?
Emanuelzinho – A verdade é que eu acho que existem homens que nasceram para o Executivo, homens que nasceram para o Legislativo e homens que têm competência para os dois. Hoje eu estou muito focado em ser um parlamentar eficiente que possa representar os interesses de Mato Grosso especialmente como vice-líder do governo que me dá acesso muito mais rápido ao presidente da República ao governo federal, podendo garantir verbas e atender os interesses nacionais, estaduais e municipais. Então, eu tô muito focado no Legislativo. Aquele momento eu achava que poderíamos ser uma via para Várzea Grande, mas não foi o que o povo entendeu, respeito é totalmente legítima a eleição do prefeito Kalil por mais que eu tenha uma série de discordâncias em relação a gestão dele, pois acho que deixou muito a desejar, no entanto foi legítima eleição e eu estou muito focado na Câmara dos Deputados. Não descartando, claro, qualquer disputa eleitoral em 2024, mas não é o meu foco.
Se pudesse disputar a eleição em Cuiabá, disputaria?
Emanuelzinho – Se eu pudesse disputar a eleição em Cuiabá, sem dúvida eu disputaria. Eu creio que Cuiabá carece de quadros que possam discutir em alto nível, ao mesmo tempo que tenha humildade, capacidade de discutir a cidade com as pessoas sem radicalismos. Eu acho que esse perfil está em falta hoje em Cuiabá, mas é algo que se foi da vontade de Deus, da vontade do povo cuiabano tá muito mais a frente, estou muito focado mesmo no meu mandato como deputado federal, poder lutar principalmente pelo crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil. Naturalmente buscando dentro desse desenvolvimento recurso que sejam distribuídos para Mato Grosso, para os municípios, especialmente os municípios que mais carecem de recursos próprios para que possam fazer os investimentos necessários em saneamento em saúde preventiva, em infraestrutura, tudo isso é um desejo que eu tenho, que ao final dos quatro anos desse mandato eu possa ser enxergado como parlamentar que contribuiu, que deixou sua marca e que Mato Grosso depois da minha eleição foi entregue melhor do que quando eu entrei.
(Publicado originalmente no site VG Notícias)