Tribunal de Justiça livra médica que atropelou verdureiro de ser julgada pelo júri popular

Tribunal de Justiça livra médica que atropelou verdureiro de ser julgada pelo júri popular
Reprodução

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou, nesta terça-feira (26), recurso da acusação e manteve a desqualificação do crime de homicídio doloso para culposo no caso da médica Letícia Bortolini, acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Maia em abril de 2018.

Na prática, a médica não passará por júri popular e o desembargador relator, Orlando Perri, ainda pediu que a Corregedoria da Polícia Civil investigasse possível “tortura” que a acusada supostamente teria sofrido durante depoimento na Central de Flagrantes.

Em seu voto, Perri destacou que o fato de a médica ter perdido o retrovisor esquerdo do veículo com o atropelamento e, em seguida, ter passado por uma curva acentuada seria uma versão plausível para explicar que Letícia não teria visto a vítima sendo atropelada.

“É razoável pelo menos admitir que a danificação do retrovisor esquerdo acabou por impedi-la de visualizar que havia provocado o acidente. E aqui vale lembrar que o impacto se deu com a lateral do veículo. Com o acidente, o retrovisor caiu e ela perdeu a visibilidade do seu lado esquerdo e naquele lugar havia uma curva acentuada que pode ter impedido também ela visualizar pelo seu retrovisor de frente. É razoável pelo menos dar credibilidade a essa versão”, disse, durante a defesa do voto.

Além de Perri, também votaram os desembargadores Marcos Machado e Paulo da Cunha.

O CASO

Letícia Bortolini é acusada de ter atropelado e matado o verdureiro em 14 de abril de 2018, na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. De acordo com as polícias Militar e Civil, ela estava com o marido em um carro.

A vítima foi atingida pelo veículo no momento em que terminava de atravessar a via. Francisco tentava subir com seu carrinho na calçada quando foi atingido pelo carro e morreu no local.

(HNT)

Astrogildo Aécio Nunes

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