Tarde de sexta-feira
GABRIEL NOVIS NEVES
Estou remexendo nos teclados do computador, após uma semana muito produtiva de trabalho, vendo se ‘rapo’ alguma coisa no fundo do tacho da minha imaginação.
Tivemos o aniversário de nascimento de Rondon, fim da 2ª Guerra Mundial na Europa, o espetáculo macabro no RS, meu check-up no Instituto de Cardiologia e infusão mensal de imunoglobulinas.
Falta apenas a consulta odontológica preventiva na quinta que vem. A de oftalmo fiz, no último dia de abril.
Estou me preparando para os 89 anos no início de julho.
Sinto-me apto a cuidar da minha casa e negócios, mas preciso de cuidadoras o tempo todo.
A sexta-feira é um dia simpático pois nos transmite a falsa ilusão de dois dias de descanso absoluto.
‘Sextou’ é sinal de festas, diferente de ‘segundou’ que cheira trabalho.
Para viver bem como é bom ter ilusões!
A vida é muito dura para viver como ela é.
Dezenas de livros impressos, são lançados no mercado alertando sobre os ‘fatores de risco que aceleram o envelhecimento’.
Ninguém quer ficar velho ou morrer, e com isso aumenta muito ‘os tratamentos’ para não envelhecer ou envelhecer com qualidade e viver por prazo indeterminado!
E eu me ‘assustando’ todos os dias ao acordar, com ‘jovens’ que estão partindo.
E a indústria da longevidade cada dia aumenta mais, com suas receitas miraculosas.
Como o cérebro é o último órgão que morre, estou tranquilo, pois o meu está muito bem cuidado e respondendo positivamente aos estímulos.
Tenho que evitar ‘pneumonia, queda e caganeira’ para ter uma vida longa com envelhecimento de qualidade.
Simples não, em um final de sexta-feira?
(*) GABRIEL NOVIS NEVES é médico e ex-reitor da UFMT.
FONTE: https://bar-do-bugre.blogspot.com
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