Sindipetróleo diz que aumento segue preço das usinas e cita sigilo fiscal
Após notificação do Procon devido ao brusco aumento no preço dos combustíveis em Cuiabá na última semana, o presidente do Sindicato do Comércio de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo), Claudyson Martins Alves, afirma que o encarecimento acompanhou o preço vendidos pelas usinas e pelas distribuidoras. Ele também cita o sigilo fiscal, que não possibilita que a entidade controle os preços através das notas.
O Procon Municipal enviou ofício à Agência Nacional de Petróleo (ANP) solicitando investigação nos postos de combustíveis da Capital, por suspeita de formação de cartel. Os proprietários do segmento terão que explicar o motivo do aumento dos preços do produto, especialmente no último feriado, dia 8 de abril, quando foi comemorado o aniversário de Cuiabá. A notificação também foi estendida ao Sindipetróleo.
Deverão ser enviados relatório contendo as notas fiscais de aquisições de combustível e outras informações, além de esclarecimentos sobre os fatores que motivaram o aumento significativo percebido nos preços dos combustíveis recentemente.
“O Sindipetróleo já protocolou a resposta da Assessoria Jurídica que, em síntese, explica a impossibilidade inconstitucional do sindicato requerer as notas fiscais da revenda. Desta forma, não cabe ao Sindipetróleo o controle de preços, de custos ou de notas fiscais de qualquer associado devido ao sigilo fiscal”, pontua.
Apesar disso, o presidente afirma não haver qualquer movimento dos postos que não reflita os aumentos aplicados pelas usinas e distribuidoras. Conforme explica, na primeira semana de janeiro, o preço médio do etanol nas usinas de Mato Grosso estava R$ 2,33 e na última semana (7 a 13 de abril) estava R$ 2,83, um aumento de 21%, equivalente a R$ 0,50. Enquanto isso, o aumento isso o valor vendido nos postos foi de R$ 0,48, equivalente a 16%. Hoje, o etanol é comercializado até a R$ 3,59, o litro.
De acordo com Claudyson, essa variação impactou diretamente no preço da gasolina.
“Influencia na gasolina pois tem Etanol Anidro nela, porém as distribuidoras que controlam isso”, afirma.
Já segundo o presidente da Bioind, que representa as usinas de etanol e outras indústrias de bioenergia em Mato Grosso, Silvio Rangel, as usinas apenas tem seguido o valor de mercado. “As usinas não colocam preço no seu produto e sim o mercado, a questão de oferta e procura. Seguimos o indicador Diário do Etanol Hidratado ESALQ”, diz.
(Rdnews)
