Polícia italiana apreende sarcófagos com tesouros que estavam com saqueadores
No início desta semana, a Polícia da Itália fez uma operação de apreensão de artefatos saqueados por dois invasores de túmulos em Città della Pieve, na região da Úmbria, a cerca de 150 km ao norte de Roma. Os itens preciosos, escavados ilegalmente, têm origem etrusca, e datam do século 3 a.C.
Em comunicado, a autoridade indica que os objetos incluem oito urnas, dois sarcófagos – um deles contém os restos mortais de uma mulher com idade entre 40 e 45 anos -, joias, móveis, cerâmicas de barro e metal, quatro espelhos de bronze, um recipiente de bálsamo com vestígios orgânicos de perfume e um pente de osso. Ao todo, o acervo teve seu valor estimado em aproximadamente R$ 49 milhões.
A operação de recuperação dos tesouros antigos é considerada pelos especialistas como uma das mais importantes da história. O fato de as obras apreendidas se referirem a um único hipogeu, provavelmente pertencente à influente família Pulfna, as torna relevantes, sobretudo, no que se refere ao seu valor arqueológico e artístico.
Condução da operação
Os esforços para recuperar as peças e prender os criminosos foram iniciados por volta de abril de 2023. Isso aconteceu após a polícia tomar conhecimento de fotografias de numerosas urnas cinerárias com figuras típicas da cultura etrusca circulavam pelo mercado paralelo.
Com a ajuda de um professor da Universidade de Roma Tor Vergata, os investigadores conseguiram localizar o local da necrópole em Città della Pieve. As autoridades, então, restringiram sua busca a um empresário local que tinha uma propriedade adjacente ao local do túmulo.
Polícia italiana apreende sarcófagos com tesouros de princesas que estavam com saqueadores
Recebida uma confirmação de iminente comercialização da mercadoria no mercado clandestino de antiguidades, um juiz permitiu que o suspeito tivesse suas ligações telefônicas interceptadas. A atividade também foi apoiada por serviços de observação e acompanhamento, com a utilização de um drone sobre a propriedade do empresário.
Isso permitiu a identificação da escavação ilegal no local. Ao mesmo tempo, a publicação de uma fotografia nas redes sociais dos itens, na qual é possível identificar um dos suspeitos, a autoridade, por fim, levou à equipe a conduzir a apreensão dos artefatos.
À agência Reuters, Raffaele Cantone, promotor-chefe da polícia, afirmou que duas pessoas eram suspeitas de cometer os crimes. “Eles não tinham nada a ver com o mundo dos saqueadores de túmulos experientes, eram desajeitados e amadores”, descreve. Annamaria Greco, promotora que liderou a investigação, aponta que a dupla corre o risco de ser presa por até 10 anos.
Veja vídeo da operação: