Polícia indicia delegado por abuso e injúria, mas não por invasão

Polícia indicia delegado por abuso e injúria, mas não por invasão
Momento em que delegado invade casa no Condomínio Florais dos Lagos - Reprodução

A Corregedoria da Polícia Civil indiciou o delegado Bruno França, que atualmente atua em Sorriso, no episódio em que ele invadiu armado a casa de uma família no Condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá, em novembro de 2022.

“A próxima vez que ela chegar perto do meu filho eu vou estourar a cabeça dela.

O delegado foi indiciado pela acusação de ter cometido os crimes de abuso de autoridade e injúria.

O inquérito foi relatado pelo delegado da Corregedoria, Guilherme Barto Nascimento Fachinelli, no dia 23 de dezembro do ano passado.

França invadiu a casa alegando que a proprietária Fabíola Cassia Garcia Nunes havia desrespeitado uma medida protetiva que o enteado dele tinha contra ela.

Na ocasião, o delegado entrou no imóvel com mais três policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais), sacou a pistola do coldre e gritou com os presentes.

“Deita no chão! Deita, filha da puta! Deita os dois no chão!”, gritou ele. No imóvel, estavam a mulher, seu marido e a filha pequena do casal.

“A próxima vez que ela chegar perto do meu filho eu vou estourar a cabeça dela, eu vou explodir a cabeça dessa filha da puta”, teria dito, conforme o laudo pericial incluído no processo.

Tudo começou quando a dona do imóvel acusou o enteado do delegado de ter agredido seu filho. Depois dessa situação, ela teria começado a persegui-lo e ameaçá-lo, o que resultou na medida protetiva concedida em favor do menor, na época com 13 anos.

Para a Corregedoria, França cometeu abuso de autoridade ao entrar na residência e constranger os moradores, e de injúria contra o advogado Rodrigo Pouso, que defende os donos do imóvel. “O qual pode ser constatado pelas declarações do defensor, além de que Bruno confirmou em seu interrogatório que proferiu diversas palavras de baixo calão em desfavor dele, não obstante consignar que o fez em retorsão imediata”, consta no inquérito.

Apesar do indiciamento por abuso de autoridade e injúria, o delegado Fachinelli entendeu que não houve invasão de domicílio. “Pois como dos autos consta, A Sra. Fabíola Cassia Garcia Nunes praticou, reiteradas vezes, o delito de stalking em desfavor do adolescente (…), estando portanto no dia dos fatos em flagrante delito”, escreveu o delegado da Corregedoria.

No depoimento que presou, França afirmou que agiu conforme o procedimento legal, que foi enérgico como o ato demanda, mas negou ter sido truculento ou agido de forma desproporcional.

(MidiaNews)

Astrogildo Aécio Nunes

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