Líder comunitária denuncia fraude em eleição do Cidade Verde e cobra Ucamb

Líder comunitária denuncia fraude em eleição do Cidade Verde e cobra Ucamb
Líder comunitária Márcia, do Cidade Verde, contesta lisura da eleição realizada no bairro - Rodinei Crescêncio

A ex-presidente da Associação de Moradores do Bairro Cidade Verde, Márcia Auxiliadora de Santana Camargo, resolveu denunciar a União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairro e Similares (Ucamb) por supostas irregularidades no processo eleitoral da entidade, realizado no último dia 26 de novembro. Derrotada por 41 votos de diferença para Nelson Jerônimo, também denuncia violência política de gênero.

De acordo com Márcia, que era candidata da Chapa 02 em busca da reeleição, foram constatadas diversas irregularidades. Entre elas, a não exigência de documentação provando que o votante reside no bairro, a não conferência dos votos na frente dos fiscais de sala, a falta de transparência nas cédulas retiradas da urna e a saída de listas de votação em branco do local de votação.

Márcia aponta a mesária da eleição como responsável pelas supostas irregularidades. Prints de vídeos mostram como a possível fraude eleitoral teria sido operada.

“Eu percebi que tinha algo errado quando ela [mesária] puxou várias cédulas do fundo da urna e uma sequência de cédulas saiu dobrada. Pelo menos quatro cédulas saíram dobradas. Então, começou a discussão. Ela me chamava de chata, dizia que sabia que comigo lá seria difícil, dando a entender que tinha sido instruída. Eu disse que tanto eu quanto ela sabíamos que o correto era colocar todas as cédulas na mesa para depois começar a contar. Então, ela colocou a urna no colo e começou a retirar as cédulas”, relatou Márcia ao .

As denúncias foram protocoladas na Secretaria de Governo de Cuiabá, Casa Civil, Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e Conselho Estadual do Direito da Mulher. Além disso, Márcia também registrou boletim de ocorrência por violência de gênero.

Líder comunitária Márcia contesta procedimennto da mesária com as cédulas e aponta possível fraude na eleição realizada no bairro Cidade Verde

O presidente em exercício da Ucamb, Joanil da Costa Silva, disse que as denúncias serão analisadas, mas adiantou que a maioria delas não tem fundamento. Segundo o líder comunitário,  estão baseadas em áudios e fica difícil comprovar a veracidade dos fatos.

“O que eu posso dizer é que a denúncia da Márcia está sendo analisada de forma criteriosa, mas não dá para dar uma resposta a toque de caixa. Não temos nem um mês do processo, que foi dia 26.  Então,  não dá para dar uma resposta de imediato sem uma avaliação profunda, de forma transparente e imparcial. Nós estamos respondendo primeiro essas questões judiciais, porque a Justiça tem prazo, e depois estaremos analisando todos esses processos para que a gente possa até anular a eleição, cassar a chapa, se for necessário”,  garantiu Joanil ao  nesta terça-feira (12) .

Possibilidade de suspensão

O juiz da Vara Especializada em Ações Coletivas, Bruno D’Oliveira Marques, deferiu parcialmente o pedido da Defensoria Pública de Mato Grosso de “Ação Declaratória c/c Obrigação de Fazer” em face da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairro e Similares (Ucamb) para suspender por 45 dias a eleição em diversos bairro de Cuiabá. Com isso, a Ucamb tem o prazo de 5 dias para contestar o pedido cautelar, caso contrário, implicará na presunção de veracidade dos fatos alegados pela autora.

A eleição para escolher os presidentes de 26 bairros da região oeste de Cuiabá, realizada no dia 26 de novembro, foi marcada por confusões devido à falta de organização da UCAMB. Os problemas foram verificados em pelo menos 9 bairros.

(Rdnews)

Astrogildo Aécio Nunes

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