Governo federal vai nacionalizar regras para uso de câmeras corporais pela polícia

Governo federal vai nacionalizar regras para uso de câmeras corporais pela polícia
SP tem programa de câmeras corporais desde 2020 – Foto: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

O governo federal prepara um documento para nacionalizar o uso de câmeras corporais em policiais. O texto com as diretrizes só deve ser publicado em fevereiro, mas a informação foi adiantada pelo ministro interino da Justiça, Ricardo Cappelli, em meio à repercussão sobre o posicionamento do governador Tarcísio de Freitas, que pretende descontinuar o programa vigente no estado de São Paulo.

“Vamos publicar em fevereiro as Diretrizes Nacionais para Utilização de Câmeras Corporais pelas polícias. Processo com consulta pública e construído com a participação das polícias de todos os estados, sem exceção”, disse Cappelli, pelas redes sociais. O ministro interino ainda reagiu à politização do tema. “Ideologizar o debate sobre segurança pública não faz bem ao Brasil”, declarou.

Na última terça-feira (2), Tarcísio admitiu que não pretende investir em novas câmeras para a polícia militar do estado. Em entrevista, ele questionou o uso do equipamento que, na avaliação dele, não tem “nenhuma” efetividade.

O posicionamento já havia sido dado desde a época das eleições, quando o então candidato afirmou que daria fim à iniciativa e justificou que a presença da câmera nos uniformes era uma desvantagem para os policiais. Apesar disso, logo no início da gestão o governador mudou de ideia e manteve o programa paulista, conhecido como Olho Vivo.

Um estudo sobre o programa realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que as mortes em decorrência de ações policiais caiu 62,7% ao comparar 2019, ano anterior ao programa, e 2022.

Diretrizes nacionais

Entre os objetivos das diretrizes nacionais para uso de câmeras corporais em policiais estão o estímulo a profissionalização e padronização de procedimentos dos órgãos de segurança pública; a qualificação da produção de provas materiais a partir dos registros das câmeras; e o estabelecimento de mecanismos de supervisão e de avaliação.

(AgoraMT)

Astrogildo Aécio Nunes

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