Deputado cobra rompimento de contrato com BRT: “fardo ao povo”

Deputado cobra rompimento de contrato com BRT: “fardo ao povo”
Reprodução/Folha Max

O deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos) criticou veementemente o atraso nas obras de implantação do sistema de transporte BRT (Bus Rapid Transit) em Cuiabá. Em entrevista à Rádio Cultura FM, nesta terça-feira (28), ele destacou o impacto negativo que a demora vem causando para a população, sobretudo para os comerciantes da Avenida Historiador Rubéns de Mendonça, a Avenida do CPA, a mais afetada pelas obras no momento, embora a mesma situação já tenha sido registrada em Várzea Grande há mais de dois anos.

Segundo o parlamentar, a situação se tornou insustentável e exige medidas mais firmes por parte do Governo Estadual contra o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, empresa responsável pelas obras do modal, inclusive o rompimento do contrato se necessário. “Com relação ao BRT, a gente vê essa queda de braço entre o Estado e a empresa, e quem está sofrendo é o cidadão. Muitos comerciantes da região da Avenida do CPA já me questionaram, até com relação a até quando vai essa obra. A gente não sabe, porque aí é mais 30, mais 60, mais 90 dias. Não termina nunca”, declarou Guimarães.

O deputado defendeu que o governo adote uma postura mais rigorosa em relação à empresa responsável pela execução das obras e também criticou a falta de clareza sobre o planejamento do projeto. “O Governo precisa apertar o cerco dessa empresa e, se ela não estiver correspondendo conforme o cronograma da obra que foi previamente estabelecida, o qual eu vou solicitar inclusive à Sinfra, que ela seja retirada e que outra seja colocada no lugar. Fica aquela coisa, se licita com o projeto, ou se licita para que a empresa faça o projeto em execução. Então, eu não acredito que licitou algo sem que se tenha o projeto”, afirmou.

As críticas do deputado reavivam a memória de outro grande fiasco no transporte público da capital mato-grossense: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Prometido como uma solução moderna para os problemas de mobilidade urbana, o VLT foi lançado em 2012 com um custo estimado de R$ 1,477 bilhão. O projeto deveria ter sido concluído em dois anos, a tempo da Copa do Mundo de 2014, mas, mais de uma década depois, o modal nunca foi concluído e tampouco entrou em operação.

Durante esse período, milhões de reais foram gastos em obras que permaneceram inacabadas e em equipamentos que se deterioraram com o tempo. Vagões e trilhos ficaram abandonados, enquanto a população continuou enfrentando problemas de trânsito e transporte. Em 2021, o governador Mauro Mendes (UB) decidiu cancelar o projeto do VLT e substituí-lo pelo sistema de BRT, com a promessa de um custo menor e maior agilidade na execução.

No entanto, o BRT também tem enfrentado uma série de obstáculos, incluindo atrasos, problemas com o projeto e disputas entre o governo e a empresa contratada. Para Diego Guimarães, a repetição de problemas semelhantes ao VLT é inadmissível. “Cuiabá não merece isso, gente. Já foi o VLT por mais de 10 anos, agora, falar de BRT demorar mais alguns anos, não tem cabimento. Precisamos passar essa página. É um fardo muito pesado que a população não está disposta a carregar”, desabafou o deputado.

(Folha Max)

Astrogildo Aécio Nunes

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