Criminoso que usou nome de Eraí para roubar caviar diz que roubo foi planejado por líderes do CV

Criminoso que usou nome de Eraí para roubar caviar diz que roubo foi planejado por líderes do CV
Reprodução

O criminoso Jesus Nunes Fortes, que roubou uma carga de caviar avaliada em mais de R$ 1 milhão, em Cuiabá, disse em depoimento ao qual o HNT teve acesso que o plano para roubar o produto partiu de líderes do Comando Vermelho. Ele disse já ter feito parte da facção, mas foi expulso por conta de uma dívida de drogas em 2022. Ele foi preso no dia 13 deste mês, enquanto seu comparsa, conhecido como “Pé de Pano”, segue foragido.

Ele contou que em 2020 estava preso e foi ‘batizado’ dentro da cadeia como membro da facção, mas, depois de sair do presídio, fazia um serviço de transporte de drogas e acabou sendo novamente detido pela polícia. Dessa forma, perdeu a carga de entorpecentes, ficando em débito com a facção. Até hoje, não conseguiu pagar.

Já no dia do crime, ele foi instruído por uma mulher conhecida como “Mana” a ir até o Aeroporto Marechal Rondon e pegar dois empresários que estavam vindo com mais de 60 quilos de caviar. Ele teria que fingir ser o motorista da dupla e sequestrá-lo, levando ambos até um ponto de encontro onde a carga seria roubada, além de extorquir as vítimas. Antes disso, ele ainda contou que ajudou na compra do produto, fingindo ser o megaempresário do agronegócio de Mato Grosso, Eraí Maggi.

Ao ser questionado sobre como entrou nesse esquema, ele disse que a mulher ligou para ele e disse que estava com sociedade com um tal de Cristiano e que tinham um serviço para ele. Por estar em débito, teria que fazer. A polícia ainda perguntou quem seria essa suspeita que dava as ordens, mas ele disse que nunca a viu na vida e só falou com ela por telefone, mas sabe que “ela manda muito” na facção.

Ele ainda frisou que também não conhecia o outro envolvido e que toda conversa foi por telefone. Informou que sabia apenas que ele tem um Jeep Renegade Vermelho, com vidro transparente, e uma tatuagem de Jesus no pescoço. Novamente, reforçou que ambos são líderes da associação criminosa e falavam o que tinha que fazer.

O acusado disse que, após o termino do serviço, a Mana iria vender a carga e transferir R$ 2,6 mil para sua conta. Porém, até o momento que foi preso, foram transferidos somente R$ 1,5 mil. Ele disse que, depois, não teve mais notícias de ninguém.

Por fim, o preso acrescentou informações sobre a ajuda que teve do “Pé de Pano” e que foi para ele que deixou os produtos roubados, além de vários pertences. Depois disso, disse não saber o que aconteceu. Ele alegou para a polícia que só topou fazer parte do roubo porque estava sendo ameaçado.

As vítimas foram encontradas sem lesões e os demais participantes no crime ainda não foram encontrados.

A Polícia Civil segue com as investigações.

(HNT)

Astrogildo Aécio Nunes

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