Carta – Manifesto Brizola Vive

Carta – Manifesto Brizola Vive
Divulgação

Sérgio Cintra

Aos filiados, Diretórios Municipais e Estadual de Mato Grosso.

Cuiabá, 01 de setembro de 2023.

Companheiros e companheiras,

Tive o privilégio, em 1982, morando em Vassouras -RJ, de conhecer Leonel de Moura Brizola e ajudá-lo a vencer a Direita reacionária capitaneada por Moreira Franco e pela Rede Globo: uma campanha duríssima; ele, recrutando candidatos a laço em um cenário político improvável. Vencemos! Quando Dante deixou o PDT e esvaziou o partido aqui; fiquei com Brizola, inclusive apoiando a expulsão de Dante, à época, governador do estado. Entre outras coisas, fui fundamental na filiação e candidatura ao senado de Pedro Taques e tive o privilégio de estar vereador de Cuiabá por oito meses, levando a bandeira da Educação Pública de Qualidade, sob a batuta de Brizola: “A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados.” E consegui aprovar, em 2009, a lei que garante meia-entrada em eventos culturais a todos os profissionais da educação (https://www.camaracuiaba.mt.gov.br/noticia.php?id=1341), além de diversas ações e projetos de lei nas mais variadas áreas, infelizmente paralisados quando deixei a cadeira. Mesmo atuando como comissionado em órgão estadual; nas eleições de 2022 coloquei o meu nome à disposição do partido para disputar a vaga de deputado estadual, infelizmente, a saída do partido do ex-Deputado Allan Kardec inviabilizou nosso projeto eleitoral. No dia 21 de junho de 2004, Leonel nos deixava, escrevi e publiquei em A Gazeta:

Faz 22 anos que tive o privilégio de ter conhecido Leonel Brizola. Ele, que retornara de 15 anos de exílio, era candidato ao governo do Rio de Janeiro. Vi-o, pela primeira vez, nas escadarias da prefeitura ou da Câmara Municipal de Vassouras-RJ. Em mangas de camisa, 60 anos e discursando com aquele sotaque que, depois, ser-me-ia inconfundível. Estava construindo o PDT, arrebanhando aqueles que desejassem se opor à ditadura militar. Eu, apenas um rapaz vindo do, então, distante Mato Grosso, fiquei profundamente impressionado com as palavras daquele homem que apenas conhecia de esparsas leituras e de “ouvir falar”. Foi em Três Rios, na casa de uma tia, que tive a oportunidade de conversar com o “Velho Caudilho”. Impressionou-me como ele enxergava nossa realidade político-econômica: clarividente, carismático e exaltado, pregava a construção de um Estado e um país democrático.

Ele, que fora governador do Rio Grande do Sul, era agora candidato ao governo do Rio de Janeiro. Parecia ser uma missão impossível. Jamais na história do Brasil um ex-governador por um Estado se elegera por outro, além do fato de ser um gaúcho candidato na terra do samba. Para piorar a situação, revistas como a “Veja” sempre o colocavam em último lugar nas pesquisas e a contrapropaganda dizia que “aquele comunista” iria destruir a família fluminense. Brizola tinha contra si as elites, as Forças Armadas os veículos de comunicação social e tornou-se governador.

Acompanhei, ainda que pela imprensa, seu primeiro mandato e gostaria de destacar os Cieps, escolas em tempo integral projetadas por Oscar Niemeyer e idealizadas por Darcy Ribeiro. Brizola soube como ninguém entender que a educação plena do ser humano é a única forma de iniciar o processo de transformação de uma sociedade. Penso não serem necessários maiores esclarecimentos sobre sua proposta educacional, aliás, copiada até por Fernando Collor.

Não temos mais a presença do “último caudilho brasileiro”. O nosso Aureliano Buendia (personagem de “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Márquez) foi vencido pelo tempo. E, também, não vale a pena enfatizar o que houve nele de incoerente ou contraditório. Fica-nos somente sua perspectiva da construção de uma sociedade socialista “o socialismo moreno”, seu Sambódromo, seus muitos Cieps… mas, acima de tudo, seu nacionalismo, seu anti-imperialismo, suas frases de efeito (“vamos ter que engolir esse sapo barbudo”) e seu profundo amor pelo Brasil e pelos brasileiros. Obrigado, Leonel, pela luta que me ensinaste a lutar.

Não quero me ater ao passado, fi-lo apenas para um breve resgate do meu compromisso com o Socialismo (Moreno) e com o PDT. E é em nome dessa militância e desse compromisso que proponho aos pedetistas de Mato Grosso, de acordo com o que vaticina nosso Estatuto:

1.Realizar reunião híbrida (presencial e on-line), dia 11 de setembro, às 19h, para debatermos formação de chapas majoritárias e proporcionais;

2.Criação de Núcleo de Filiação de eventuais candidatos em 2024;

3.Contribuir com as estâncias partidárias na reorganização do partido em Mato Grosso;

4.Organizar lives “2024: 20 anos sem Brizola”.

Aos que quiserem participar e sugerir, entre em contato pelo WhatsApp (65) 999199400 ou pelo e-mail sergiocintraprof@gmail.com

Saudações socialistas,

Sérgio Cintra é professor de literatura em Cuiabá  e é filiado ao PTD no município de Cuiabá.

Astrogildo Aécio Nunes

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