Candidatos caronistas!

EDINA ARAÚJO *
À medida que as eleições se aproximam, é comum observar o aumento do ativismo político entre aqueles que buscam ocupar cargos eletivos. Entretanto, uma crítica recorrente nesse período envolve os chamados “oportunistas de plantão” — indivíduos que parecem surgir apenas em momentos eleitorais com promessas e críticas que visam principalmente conquistar votos de eleitores desavisados. Essa prática, frequentemente vista como uma forma de hipocrisia política, levanta questões importantes sobre a autenticidade e o comprometimento desses candidatos com as causas que afirmam defender.
Os pseudos defensores da população geralmente adotam uma postura crítica somente quando é conveniente, levantando bandeiras que muitas vezes foram negligenciadas por eles mesmos em outras ocasiões. A população, por sua vez, deve estar atenta, e questionar o histórico desses indivíduos: Onde estavam essas pessoas antes das eleições? Que ações concretas realizaram em favor da comunidade quando não estavam em campanha?
Esta prática não é exclusiva de nenhum partido ou ideologia específica; é um fenômeno observado em várias esferas políticas. Alguns desses pré-candidatos, por exemplo, tentam se associar a figuras políticas mais populares, como o ex-presidente Bolsonaro, para ganhar visibilidade e apoio, sem ter um histórico de envolvimento ativo e significativo nas questões locais. Este comportamento reforça a percepção de que muitos são meros “caronistas”, aproveitando-se do trabalho e do nome de outros para avançar suas próprias carreiras.
A estratégia de se posicionar como “advogado” da população usando apenas discursos inflamados, frequentemente feitos de cima de um caminhão ou em eventos públicos, sem assumir responsabilidades reais, é vista como um exemplo claro de “velha política” disfarçada de novidade. Essa abordagem não só desvaloriza a política genuína e comprometida, mas também enfraquece a confiança do eleitorado nas instituições democráticas.
É imperativo, portanto, que os eleitores adotem uma postura crítica e questionadora, avaliando a consistência e a sinceridade dos candidatos. O voto, afinal, deve ser conquistado com trabalho sério e responsável, não com promessas vazias ou performances teatrais. Os eleitores têm o poder e a responsabilidade de demandar mais do que retórica; eles têm o direito de exigir ação e compromisso genuíno.
À medida que a campanha eleitoral se intensifica, é essencial manter o foco na busca por candidatos que demonstram um histórico real de envolvimento e dedicação às causas sociais e comunitárias. Somente assim poderemos esperar uma política que transcenda a hipocrisia e os interesses oportunistas, movendo-se em direção a um futuro mais promissor e equitativo para todos.
Várzea Grande não precisa de “advogados” de última hora para apontar problemas e, tampouco, de políticos que foge da “raia” nos 45 minutos antes do jogo terminar!
*Edina Araújo é jornalista e diretora do VGNOTICIAS
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