As mudanças do marketing para 2025
FELIPE GARCIA NOGUEIRA
Imagine que você esteja rolando o feed e vê mais um post ou anúncio lindo, com cortes ou design impecáveis e uma música estrategicamente escolhida. O que você sentiu? Nada? Pois é. Bem-vindo à era em que o marketing perfeito perdeu o impacto.
Agora, imagine outro cenário. Você se depara com um vídeo de bastidores: a equipe errando, rindo, improvisando. Não tem roteiro ensaiado, não tem superprodução, mas tem uma coisa que o outro vídeo não tinha: verdade. E, no marketing de 2025, a verdade é a nova moeda.
Estamos falando do ANTI-BRANDING, um movimento que quebra as regras do marketing tradicional e abraça a realidade e a imperfeição.
Se a sua agência, a sua marca ou o seu conteúdo ainda não entendeu isso, você corre o risco de ser apenas mais um no oceano de perfeição genérica que já não conecta mais ninguém.
O fim da perfeição: Como chegamos aqui?
“O público está instintivamente buscando o oposto: imperfeição, organicidade, emoção. As pessoas querem se conectar com histórias que pareçam humanas”
Sempre que algo é levado ao extremo, surge uma força contrária para equilibrar. É a mesma lógica da física – ação e reação. Nos últimos anos, o marketing abraçou a perfeição com tanta força que ficou previsível. Vídeos milimetricamente editados, textos roteirizados até o último ponto e campanhas desenhadas para serem impecáveis. O problema? Ficaram frias. Ficaram sem alma.
Agora, o público está instintivamente buscando o oposto: imperfeição, organicidade, emoção. As pessoas querem se conectar com histórias que pareçam humanas, não com roteiros ensaiados. Querem ver os bastidores, os erros, as falhas – porque é isso que parece verdadeiro. E sabe o que é curioso? Isso não significa que estratégia morreu. Pelo contrário: o anti-branding é a estratégia mais inteligente que você pode usar hoje.
A perfeição saturou o mercado
Com o advento da inteligência artificial, todo mundo virou “produtor de conteúdo. ” Ferramentas como o ChatGPT e afins inundaram o mercado com uma avalanche de textos, vídeos e imagens que parecem incríveis… à primeira vista. O problema é que, ao usar IA sem personalidade, as marcas começaram a se parecer demais. Tudo ficou igual.
Segundo um estudo da HubSpot, 63% dos consumidores preferem conteúdos “reais e menos polidos. ” Já percebeu o quanto isso é significativo? O público não quer mais o “perfeito”; ele quer o “autêntico. ”
E por mais que você possa estar negando a si mesmo, aqui vai uma provocação: quando foi a última vez que você salvou ou compartilhou um conteúdo impecável? Você provavelmente nem se lembra.
Felipe Garcia Nogueira, é advogado, roteirista e produtor da ARK Assessoria Digital
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias A e F News