Abilio cita faccionados e compara eventos irregulares a práticas de Pablo Escobar: ‘dava cesta básica, mas também matava’

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), saiu em defesa da atuação da Polícia Militar e da Secretaria Municipal de Ordem Pública na suspensão de dois eventos sociais ocorridos na capital no último fim de semana.
Segundo ele, as iniciativas não possuíam as licenças exigidas pela legislação municipal e apresentaram outras irregularidades, como presença de menores consumindo bebidas alcoólicas e a participação de pessoas com histórico de envolvimento com facções criminosas.
Ao comentar as críticas de que as ações policiais teriam sido excessivas e que os eventos tinham caráter beneficente, Abilio fez uma comparação direta com as práticas do narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
“É importante lembrar que o Pablo Escobar também fazia as suas ações positivas nesse sentido. Ele dava cesta básica, pagava saúde, atendia na saúde e fazia um monte de coisas bonitinhas, mas, por outro lado, matava, sequestrava, fazia tortura e traficava drogas. A gente não pode se enganar”, declarou.
Segundo Abilio, um dos eventos aconteceu à noite e foi interrompido por descumprir a legislação sobre poluição sonora. Além da falta de licença, a fiscalização encontrou adolescentes consumindo bebidas alcoólicas e pessoas supostamente ligadas ao crime organizado.
“Não se trata de preconceito com qualquer estilo musical, como funk ou outro gênero. A questão é que existe uma lei municipal que estabelece limites de decibéis e horários para emissão de som. Para ir além desses limites, é preciso ter licença. Esse evento não tinha”, afirmou.
O outro caso ocorreu no bairro Novo Horizonte, durante a tarde, em um campo de futebol público. Embora o evento fosse divulgado como beneficente e com a presença de influenciadores, Abilio informou que, por envolver um espaço público e atrair público numeroso, a autorização prévia era obrigatória.
“O problema não é fazer um jogo de futebol. Mas se vai ter um evento com estrutura, som, presença de público e outros atrativos, tem que ter licença. A fiscalização foi ao local e novamente encontrou pessoas com envolvimento conhecido com facções criminosas. Um deles com oito passagens pela polícia”, disse.
O prefeito destacou ainda que o licenciamento de eventos em Cuiabá é gratuito e serve, entre outros motivos, para que o responsável legal pelo evento possa ser responsabilizado em caso de irregularidades.
“Muitos desses eventos não buscam a licença justamente para não assumir responsabilidade formal. Se houvesse o licenciamento, e fosse identificada alguma irregularidade, o organizador responderia por isso. Quando é tudo feito na informalidade, fica mais difícil até para o poder público agir com previsibilidade”, afirmou.
“Se alguém tiver dúvida sobre a necessidade da intervenção, que consulte a ficha das pessoas que estavam ali reclamando. Tem gente boa, claro, mas também tem gente com a ficha bem suja”, acrescentou.
(Olhar Direto)