Cremar ou enterrar?Homem prefere enviar seus restos mortais para o espaço “para que alienígenas possam cloná-lo”

Cremar ou enterrar?Homem prefere enviar seus restos mortais para o espaço “para que alienígenas possam cloná-lo”
Divulgação

Várias pessoas estão contratando uma empresa americana para enviar suas cinzas ao espaço

O que você pretende fazer com seus restos mortais? Poucos casos saem do tradicional enterro ou da cremação, com as cinzas ganhando destinos diversos. Mas a empresa espacial Celestis, sediada no Texas (EUA), oferece uma opção inusitada aos seus clientes: jogar as cinzas cremadas na órbita terrestre.

A prática começou como uma homenagem: em seu primeiro voo em 1997, a empresa jogou para fora da atmosfera os restos mortais do criador de “Star Trek”, Gene Roddenberry. Desde então, muitos indivíduos contratam a Celestis para fazer o mesmo.

Alguns clientes da empresa foram entrevistados pelo The New York Times. Um deles quer ir ainda mais longe, e se destaca pela motivação no mínimo curiosa. O professor de física Kenneth Ohm, de 86 anos, pretende enviar uma amostra de DNA (e não apenas cinzas queimadas) para o pólo sul da Lua durante a próxima missão da Celestis.

Por quê? O sonho de Kenneth é ser clonado por extraterrestres. Ele espera que futuras civilizações possam eventualmente abrir um “zoológico intergaláctico com um Ken Ohm numa jaula”, ou mesmo um “exército de milhares de Ken Ohms reconstituídos espalhando-se pelo universo”.

Outros clientes da Celestis têm objetivos mais românticos ao enviar suas cinzas ao espaço: o bombeiro de Nova York Daniel Conlisk disse ao jornal que deseja que seus restos mortais sejam enviados ao espaço ao lado de sua esposa, que sofre de câncer.

Há, ainda, os que são apenas entusiastas do espaço, como o engenheiro aeroespacial Jeffrey Woytach, que cresceu assistindo às missões Apollo na TV e quer que algumas de suas cinzas cheguem à superfície lunar.

A empresa promete cumprir a promessa. “As cápsulas memoriais Celestis que transportam restos cremados e DNA permanecerão na superfície lunar como um tributo permanente às almas intrépidas que nunca pararam de imaginar alcançar as estrelas”, lê-se no site da empresa.

Mas a viagem à Lua é incerta. O primeiro “serviço memorial lunar” da empresa, a missão Lunar Prospector da NASA, lançada em janeiro de 1998, impactou a superfície lunar dentro de uma cratera permanentemente escura, cerca de um ano e meio depois, e não voltou mais. A próxima viagem acontecerá no “voo espacial memorial Tranquility”, segundo a empresa divulga, mas está fechado para reservas e ainda não tem uma data oficial de lançamento.

A cápsula que levará mais restos mortais à Lua é fruto de uma parceria com a Astrobotic, e deve pousar na parte nordeste da Lua (desta vez, visível para a Terra), e será lançada pelo foguete Vulcan Centaur da United Launch Alliance, que está programado para completar seu primeiro vôo de teste neste ano.

(Adriana Araújo)

Astrogildo Aécio Nunes

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