Labirinto lendário de origem inca é descoberto nas profundezas de Cusco
Um sistema de túneis subterrâneos em Cusco, que até então era uma lenda, foi encontrado por arqueólogos no Peru. O labirinto construído pelos incas se estende por um quilômetro, do chamado “Templo do Sol” até uma fortaleza na periferia da cidade.
Conforme a agência Andina divulgou no último dia 12 de janeiro, as “chincanas”, ou labirintos, ficaram guardados nas crônicas desde a colônia e persistem na tradição oral. Essas estruturas subterrâneas estão sendo finalmente reveladas pelos pesquisadores Jorge Calero Flores e Mildred Fernández Palomino, ambos formados pela Universidade Nacional de San Antonio Abad de Cusco (Unsaac).
Para localizar os túneis lendários, os pesquisadores passaram por três etapas. Em primeiro lugar, recorreram aos textos históricos dos séculos 16 a 19 que mencionavam o local. Um dos relatos, de 1594, pertence a um jesuíta espanhol que escreve que o túnel principal passava por baixo das casas do bispo, atrás da Catedral de Cusco. Ele também dizia onde esse túnel se iniciava, e contava que terminava na cidadela de Sacsahuaman, a 1,75 quilômetro de distância do templo.
Depois, os especialistas realizaram provas de som, isto é, avaliando a ressonância no chão que poderia indicar a presença de câmaras ocas. Então, um radar de penetração no solo serviu para mapear o labirinto, incluindo tanto seu trecho principal quanto três ramificações menores.
Apesar da descoberta, os arqueólogos ainda não puderam adentrar os percursos, mas acreditam que os incas construíram essa “chincana” cavando uma trincheira fortificada com paredes de pedras e vigas de telhado.
Antes da colonização espanhola, Cusco era a capital inca no século 15, e é provável que as passagens subterrâneas sigam o desenho das ruas da cidade. “Agora temos que escavar em pontos-chave para podermos entrar na ‘chincana’ – talvez em março ou abril”, prevê a arqueóloga Mildred Fernández Palomino, em coletiva de imprensa. A finalidade desse percurso antigo, contudo, permanece um mistério.
No Instagram, a Associação de Arqueólogos do Peru publicou um mapa que mostra a extensão do labirinto. Veja: