Prisões e mortes. Já começou o ‘banho de sangue’ na Venezuela?

Prisões e mortes. Já começou o ‘banho de sangue’ na Venezuela?
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DIRCEU CARDOSO

 

Infelizmente, está acontecendo na Venezuela o que todos os governos, governantes ocidentais e cidadãos sensatos temiam. O resultado eleitoral não transparente – que atribui a vitória ao temerário e caricato ditador Nicolás Maduro – já provocou grandes manifestações da oposição indignada (onde foi derrubada a estátua de Hugo Chávez), quase mil cidadãos foram presos pelas forças de segurança, mais de uma dezena de mortos e outros efeitos que até o momento são desconhecidos.

Fontes respeitáveis – como o Centro Carter (observador internacional ligado à Organização dos Estados Americanos) considera o episódio eleitoral venezuelano inauditável por falta de credibilidade ao material divulgado e daquilo que vier a, por pressão, ser colocado em público, pôs, estes poderão passar por alterações e fraudes para legitimar a reeleição supostamente fraudada.

Depois de tantas aleivosias cometidas pelo governo – sob as presidências do falecido Hugo Chávez e posteriormente de Nicolás Maduro – é inacreditável que a comunidade internacional ainda acredite na possibilidade de algum bom senso partido de Caracas, onde os detentores do poder fazem todo tipo de artimanhas para continuar encastelados. ]

Tanto Chávez quando Maduro passaram todo o tempo de poder sob pressão internacional e, mesmo assim, o ‘modus operandi’ é sempre o mesmo. Maduro, é bom que se diga, tem piorado muito porque, além de descumprir os acordos e promessas que faz, deu-se agora para ofender aqueles que contrariam suas idéias e objetivos. Observe-se o que fez com Lula, que sempre foi um complacente aliado com a Venezuela e o bolivatianismo.

E o mais preocupante é que o presidente brasileiro – não sabemos se por convicção ou por ter percebido que ao mandar Celso Amorim acompanhar as eleições em Caracas, embarcou numa barca furada – ainda continua contemporizando ao dizer que não vê nada de anormal ou irregular no processo eleitoral daquele país e, além disso, tentar convencer o presidente norte americano, Joe Biden, dessa realidade inexistente. Lula fez certo ao requisitar a divulgação dos boletins de urnas, mas não precisa justificar-se e se Maduro magoar com sua posição, há que se lamentar e fazer que já fizeram outros chefes de Estado: romper, apesar de todos os interesses em comum de Brasil e Venezuela. É desgastante, o presidente do maior país (econômica e territorialmente) do continente quedar-se frente a um baixo-nivel e temerário com Maduro, que já quebrou o seu pais e, se puder, fará o mesmo com todos que cruzar o seu caminho.

Apurações paralelas a boletins de votação que a oposição teve acesso indicam, por amostragem, que o candidato oposicionista Edmundo Gonzalez Urrutia deve ter recebido 66% dos votos depositados nas urnas e que Maduro teria alcançado apenas 31%. Esses números são significativos e não devemos neles acreditar prontamente. O bom seria todo o processo e a documentação eleitoral ser aberto para se chegar aos números totais e irrefutáveis. Só assim a eleição venezuelana poderá ser reconhecida e respeitada. Sem isso, talvez se concretize o tal ‘banho de sangue’ que Maduro previu para o vizinho país caso perdesse a eleição. Mesmo com a notícia de que ganhou, já morreram mais de uma dezena de venezuelanos e outros perecerão na medida em que os bolivarianos continuarem insistindo que ganharam a eleição e a oposição cobrando transparência nos dados. Isso não pode continuar indefinidamente.

Nos, brasileiros, esperamos que o presidente Lula adote uma posição firme e clara. Não se quede à frente de Maduro e coloque a posição brasileira sobre as eleições venezuelanas. Não há porque contemporizar. Assim o fazendo, fica a imagem pública de medo, a típica situação da mulher de malandro, que é agredida e desrespeitada mas, por temor, diz continuar amando o seu algoz. Inaceitável!.

Não só Lula, mas todos que se dizem democratas têm o dever de exigir transparência na eleição e seus resultados para que ao final haja a certeza de quem ganhou foi o que recebeu mais votos do eleitorado…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) tenentedirceu@terra.com.br

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Astrogildo Aécio Nunes

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