Investigação mostra que apenas um dos quatro maranhenses mortos tinha ligação com facção

Investigação mostra que apenas um dos quatro maranhenses mortos tinha ligação com facção
HNT

O delegado Caio Albuquerque, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa, disse que entre os quatro maranhenses mortos por membros de uma facção criminosa, somente sobre um foi provada a participação em organização criminosa rival. As vítimas Tiago Araújo, 32 anos, Geraldo Rodrigues, 20 anos, Clemilton Barros Paixão, 20 anos, e Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, foram sequestradas de dentro de suas casas, no bairro Renascer, em Cuoiabá, em 2021, e foram torturadas e mortas. Seus corpos nunca foram encontrados.

“Durante essa longa investigação, ficou provado que um deles realmente possuía uma ligação com uma organização criminosa que é claramente rival da predominante em Mato Grosso. Mas, mesmo assim, é uma participação, ele não tinha nem ficha criminal. Porém, para os faccionados, isso pouco importa”, disse o delegado.

Segundo o policial, só foi descoberta a participação da vítima porque havia comentado com um dos amigos, que também foi morto, que acabou falando demais em um bar.

“Esse amigo dele infelizmente acabou falando demais. Por desconhecimento de como esse tipo de coisa funciona, ele acabou falando demais em um bar, e isso acabou chegando nos ouvidos dos faccionados da região, que decretaram sua morte”, completou Caio.

Por fim, ele ainda destacou que os outros dois colegas estavam no lugar e hora erradas. “No momento que os criminosos chegaram na casa das vítimas, esses outros dois maranhenses estavam na residência e os faccionados não vão deixar duas testemunhas oculares livres e, infelizmente, também foram levados”, finalizou o delegado.

TRIBUNAL DO CRIME

As vítimas desapareceram há cerca de dois anos, quando foram sequestradas de dentro de casa, no bairro Renascer. Foram ordenadas por uma facção, que determinou um ‘tribunal do crime’, porque julgou que as vítimas pertenciam a outro grupo rival e, desta forma, resolveram assassinar os rapazes – dois irmãos, um cunhado e um amigo -, que desapareceram das respectivas residências, no Jardim Renascer, no dia 2 de maio de 2021.

A investigação, coordenada pelo delegado Caio Fernando Albuquerque, reuniu diversas informações coletadas durante inúmeras diligências realizadas na Capital e também no estado do Maranhão, que levaram à identificação dos envolvidos na execução dos quatro rapazes.

Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá porque receberam ameaças de morte.

A investigação apurou que as vítimas foram cruelmente mortas – sofreram decapitação, amputação dos dedos e uma delas foi atingida por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com disparos na nuca.

(HNT)

Astrogildo Aécio Nunes

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